domingo, 30 de agosto de 2009

Surdez nas crianças

Segundo a Academia Americana de Pediatria a deficiência auditiva permanente atinge de 1 a 3 em 1000 bebês nascidos, e de 2 a 4 bebês de 1000 nascidos e internados em UTI neonatal. Atinge ainda crianças em fase pré-escolar, em decorrência de meningite e otite média aguda.
Esse distúrbio causa grande prejuízo ao desenvolvimento da criança, pois esses primeiros anos de vida são cruciais para a aquisição da linguagem. Por i sso é muito importante que o diagnóstico da perda auditiva seja feito precocemente, para que se possa iniciar o tratamento e reabilitação.
Em bebês internados em UTI deve-se ter mais atenção à saúde auditiva, devendo ser sempre encaminhados ao otorrinolaringologista, pois reúnem uma série de fatores de risco à perda de audição, como uso de antibióticos, analgésicos, e infecções.
As consequências da perda auditiva são muito mais profundas na criança pequena, porque é nesse período que começa a descobrir o mundo, as pessoas, os sons, e ela não consegue compreendê-lo.
Em 1993 o National Institute of Health recomendou que todos os recém-nascidos fossem submetidos à triagem auditiva. Em 1994 no Joint Committee on Infant Hearing, pela American Speech-Language Hearing Association, foi recomendado que fosse feito um programa de triagem auditiva neonatal.
Essa triagem é feita pelo "Teste da Orelhinha", ou Emissões otoacústicas. Os bebês que tenham falha nesse exame devem ser submetido a outras avaliações auditivas.
Especialmente naqueles casos de bebês que ficaram internados em UTI, essa avaliação deve ser feita cuidadosamente.
O tratamento dos casos de surdez é complexo, e envolve a otorrinolaringologia e a fonoaudiologia. Mas o resultado sempre é altamente positivo, tanto para a criança quanto para os pais.

sábado, 22 de agosto de 2009

Apnéia do Sono

A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) tem sido estuda há anos, e iniciaram com os estudiosos Burwell, Robin, Waley e Bickelmann. Eles descreveram a Síndrome de Pickwickian, em homenagem ao novelista inglês Charles Dickens, autor do clássico "The Posthumous PApers of the Pickwickian Club", cujo personagem principal era um garoto obeso, roncador e sonolento. A síndrome é composta por obesidade, hipercapnia (acúmulo de CO2), cor pulmonale, eritrocitose e sonolência diurna excessiva.
Ocorre uma fragmentação do sono, levando à hipersonolência diurna.
As causas dessa doença são múltiplas, como alterações anatômicas das vias aéreas superiores e esqueleto facial, e alterações neuromusculares da faringe.
Estudos mostraram certas características da orofaringe de adultos roncadores, como faringe estreita, palato mole e úvula alongados. Com isso, a cirurgia do ronco (uvulopalatofaringoplastia) começou a ser feita. Porém, apenas 50% dos pacientes com apnéia de beneficiavam da cirurgia. Ainda assim, é o procedimento cirúrgico mais realizado para o tratamento dessa doença.

FONTE: Braz J of Otorhinolaryngology 75 (3) Maio/Junho 2009.

Aftas de repetição

A estomatite aftosa recorrente (EAR) é uma doença muito comum, que leva ao aparecimento de aftas de repetição na mucosa bucal. Acomete 20% da população mundial, sendo mais comum em mulheres. Suas causas são muito estudadas, mas ainda controversas. Pode estar associada a fatores imunológicos, microbiológicos (vírus) ou genética.
Essa doença é caracterizada como o aparecimento de aftas na boca quinzenal ou mensalmente, por um período mínimo de 1 ano, iniciando na infância ou adolescência.
A história familiar parece ser importante no desenvolvimento dessa doença, e casos na mesma família ocorre em 24% a 46% dos casos.
Ainda são necessários muitos estudos na área de imunologia para chegar a uma conclusão mais definitiva sobre as aftas.

FONTE: Braz J of Otorhinolaryngology 75 (3) Maio/Junho 2009

Vertigem no período menstrual

No período menstrual ocorrem alterações hormonais (estrogênio e progesterona) que podem gerar alteração no equilíbrio e audição.
O período menstrual é composto pelas fases lútea e folicular, e pode ser definido como o intervalo entre o primeiro dia de uma menstruação e o primeiro dia da menstruação seguinte.
A tensão pré-menstrual (TPM) é um conjunto de sintomas que inicia entre 10-14 dias antes da menstruação e desaparece após o início da mesma. Ela atinge 75% das mulheres em idade fértil.
A fase lútea é chamada de fase pré-menstrual. Nela ocorre a maioria dos sintomas nas mulheres, como retenção de líquido (inchaço), aumento de peso, constipação, instabilidade emocional, dores generalizadas e mudança na alimentação, com vontade de comer doces. Nessa fase pode ocorrer a hidropsia labiríntica, com intolerância ao ruído e sensação de "cabeça oca".
A fase folicular também é chamada de fase menstrual.
Também pode ocorrer vertigem ou tonteira nos dias anteriores à menstruação, causando hidropsia no labirinto e sintomas muito parecidos com da Doença de Ménière.

FONTE: Artigo "Caracterização vestibular no ciclo menstrual", Braz J Otohhinolaryngol. 2009; 75(3):375-80.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tratamento da infecção por influenza H1N1

Para o paciente com síndrome gripal sem fatores de risco para complicações por influenza, sem dispnéia, deve ser indicado o isolamento domiciliar por até 7 dias, com acompanhamento diário, sempre atento ao aparecimento de sinais de gravidade (dificuldade respiratória, forte dor abdominal ou torácica, convulsões, desidratação ou alteração do estado de consciência. Não estão indicados colher amostra para RT-PCR nem o uso de oseltamivir (Tamiflu).
No paciente com doença respiratória aguda grave recomenda-se internação com isolamento para gotículas, colher amostra para RT-PCR (realizado somento no Instituto Adolfo Lutz), iniciar tratamento com oseltamivir e notificar à vigilância epidemiológica.
A síndrome gripal associada à presença de fatores de risco deve-se avaliar a necessidade de internação, uso de oseltamivir e notificar a vigilância epidemiológica.

FONTE: site da FORL.

Novas recomendações do Ministério da Saúde para INFLUENZA A H1N1

O Ministério da Saúde divulgou novas recomendações para o tratamento dos casos suspeitos de infecção por H1N1, conforme consta no site da FORL. Verificou-se no Brasil a circulação concomitante do vírus H1N1 com os outros vírus influenza, além do aumento do número de casos de infecção pelo H1N1, muitos deles sem um vínculo epidemiológico claro, quer dizer, sem viagem recente ao exterior ou contato com casos de Influenza A.

Assim, hoje há um diagnóstico mais abrangente que é o de síndrome gripal, caracterizado por uma doença aguda, com duração de 5 dias, com febre, tosse, dor de garganta.
Foi reforçada a busca dos casos suspeitos mais graves, de doença respiratória aguda grave, com febre acima de 38oC, tosse E dispnéia, acompanhada ou não de dor de garganta ou sintomas gastrointestinais.
Os sinais de gravidade são:
  • aumento da frequência respiratória (>25 irpm)
  • hipotensão
  • batimentos das asas do nanriz
  • cianose (boca e dedos arroxeados), tiragem intercostal (a criança faz esforço nas costelas)
  • desidratação
  • inapetência (desânimo)

É importante também avaliar os fatores de risco: idade <2> 60 anos, doença pulmonar ou cardíaca crônica (asma, bronquite, enfisema), insuficiência renal crônica, diabetes mellitus, hemoglobinopatias (anemia falciforme...), gravidez e imunossupressão (transplantados, Aids).