terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Rouquidão em crianças

Crianças podem ficar roucas quando sobrecarregam a voz, especialmente em atividades recreativas. Um estudo foi feito com 2000 crianças, onde a maioria dos pais relacionou os sintomas vocais às situações de abuso vocal, como rouquidão e cansaço ao falar. O abuso vocal, especialmente em ambiente ruidoso, foi indicado como importante fator de piora dos sintomas vocais. Este é acompanhado de aumento da intensidade da voz, especialmente em crianças, e culmina com hiperfunção e tensão  musculoesquelética. Esse padrão fonatório leva à colisão traumática das pregas vocais e ao desenvolvimento de lesões laríngeas, como os nódulos vocais. A rouquidão na criança também é favorecida pelos quadros respiratórios alérgicos e obstrutivos nasais.

Fonte: Epidemiological study of dysphonia in 4-12 year-old children. Brazilian Journal of Otorhynolaryngology 77 (6) Novembro/Dezembro 2011.

Vertigem e seu tratamento

 A vertigem, também conhecida como labirintite, é muito comum e traz grande desconforto e inseguranca para o paciente, que fica com receio de andar sozinho e ter uma crise.
 Muitos tratamentos estao disponíveis, e cada vez mais sao otimizados para levar a uma redução dos sintomas com melhora da qualidade de vida do individuo.
  Varias medicacoes podem ser usadas. Mas devem ser administradas na crise, e depois com a melhora dos sintomas, devem ser progressivamente retiradas. Isso se deve ao princípio da compensacao vestibular central, que ajuda na recuperação do paciente, mas que pode ser inibida pelo uso cronico de antivertiginosos. Essa conduta e corroborada por Konnur, que acredita que ao diminuirem os sintomas, as drogas devem ser interrompidas e o paciente deve comecar a reabilitação vestibular.

Reabilitação vestibular
 Na decada de 1940, o médico Cooksey e o fisioterapeuta Cawthorne propuseram o uso de exercícios - reabilitação vestibular - com o objetivo de tratar os disturbios vestibulares. O programa consistia em uma série de movimentos do olhos, da cabeca e do corpo geralmente em  posições cuja tontura rotatoria era desencadeada e que deviam ser seguidos de acordo com a tolerancia do paciente e suas necessidades individuais. Considerada como uma abordagem terapeutica, os exercicios vestibulares buscam promover a melhora do equilibrio global, da qualidade de vida e a restauração da orientação espacial para o mais próximo do fisiológico. Esta recuperação se da por meio da neuroplasticidade e da compensação vestibular. Alem desses mecanismos, podem ocorrer tambem a adaptação, habituação e a substituição. Na adaptação, o sistema vestibular reaprende a receber e a processar informacoes, mesmo que distorcidas ou incompletas, adequando-as aos estímulos apresentados, a fim de recuperar o reflexo alterado. A habituação combate os sintomas e consiste na redução das respostas sensoriais baseada na repeticao de estimulos sensoriais, alcancada pela repetição dos movimentos, provocando diminuição da amplitude do nistagmo. Para isso, torna-se necessaria a integração de todos os aferentes sensoriais envolvidos: visual, vestibular e somatossensorial. No processo de substituição vestibular ocorre a troca das informacoes relacionadas ao equilibrio corporal que estejam ausentes ou conflitantes.

Fonte: Vertigem Posicional Paroxistica Benigna: comparacao de duas recentes diretrizes internacionais. Brazilian Journal of Otorhynolaryngology 77 (2) marco/abril 2011

Ruido e perda auditiva

 O ruido e constituido por varias ondas sonoras com relacao de amplitude e fase distribuidas anarquicamente, sendo desagradavel. O ruido pode ser continuo, flutuante e de impacto, aquele que apresenta picos de energia acustica de duracao inferior a um segundo.
 Os ruidos de impacto geralmente sao produzidos por rapidas expansoes de gas, como armas de fogo e explosoes de bombas. Estes sons podem atingir intensidades de 140 dB NPS (nivel de pressao sonora) em frequencias em torno de 2 e 3 kHz, e por isso podem causar perda auditiva.
 Quando o ouvido e exposro a ruido de impacto a uma intesidade maior ou igual a 120 dB, ha risco de trauma acustico. Como consequencia, o individuo tem um perda auditiva neurossensorial imediata e permanente, uni ou bilateral, com zumbidos. Pode haver recuperacao e melhora em alguns dias. A extensao e o grau da perda auditiva tem relacao direta com a intensidade da pressao sonora, duracao, frequencia e a susceptibilidade individual.
 A perda auditiva induzida por ruido (PAIR) e uma perda neurossensorial, que acomete inicialmente a faixa de frequencia entre 3 e 6 kHz. A Norma Reguladora 15 (NR-15) estabelece os limites de exposicao sonora do trabalhador.
 Um estudo feito em Sao Paulo analisou a exposicao ao ruido no estande de tiros durante os exercicios de tiro na Policia Militar de Sao Paulo. NHO 01, na qual estabelece que o limite maximo para a populacao estudada nao deve ultrapassar 109 dB. Identificou niveis de pressao sonora superiores aos recomendados pela norma Fundacentro Conseguiram demonstrar causa e efeito entre as principais areas de excitacao de energia na coclea e as frequencias com diminuicao de acuidade auditiva.

Fonte: Acoustic and psychoacoustic analysis of the noise produced by the police force firearms, Brazilian Journal of Otorhinolatyngology 77 (2) marco/abril 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pigarro

O famoso "pigarro" é um sintoma muito desagradável, e pode ser decorrente de vários problemas. Um deles é a rinite, que causa secreção nasal constante, e que gera esse sintoma tão inconveniente. Outro é o caseum, que é o acúmulo de resíduos de alimentos nas criptas das amigdalas, gerando mau-hálito e a sensação de que há algo "preso" na garganta. O refluxo faringo-laríngeo também pode levar ao pigarro, associado a outros sintomas como rouquidão, tosse e sensação de bolo na garganta.

domingo, 1 de maio de 2011

Dor de cabeça crônica

A dor de cabeça é um problema mundial. Tem muitas causas, e é uma importante causa de absenteísmo no trabalho. Nem sempre ela está associada a sinusite, mas outras causas nasais podem levar à dor. Por exemplo, a congestão nasal (o "nariz entupido") leva a um contato de mucosas dentro da cavidade nasal que gera um estímulo de dor. Nesse caso, a pessoa tem com frequência dificuldade para respirar, acorda com a garganta seca, ardendo e com muita sede. E se houver espirros, coriza e coceira nasal, a rinite pode estar presente também.
Além disso, algumas pessoas podem ter pólipos nasais, que são massas benignas que causam obstrução nasal, secreção e rinossinusite de repetição.
A enxaqueca também é uma causa importante de dor, e aparece acompanhada de sensibilidade à luz, barulho, visão embaçada, com pontos brilhantes, náusea, vômito, e pode estar associada com vertigem também.
Existem causas neurológicas também, que devem ser investigadas.
Se você tem dor de cabeça constante, ou se você não tinha e de repente apareceu a dor, procure um otorrinolaringologista e inicie a investigação.

sábado, 19 de março de 2011

Tonteira e alteração da glicose sanguínea

Diversas alterações metabólicas podem causar tontura, como a variação da glicose, na maioria dos casos. O paciente sente vertigem, sensação de flutuação, zumbido, fraqueza, sudorese (suor exagerado) e tremor. A hipoglicemia (redução da glicose), hiperglicemia (aumento da glicose), ou pequenas variações do nível da insulina podem levar a tontura.

Qualidade de vida de idosos com tontura

A tontura é uma sensação de alteração do equilíbrio corporal. Ocorre devido ao conflito entre informações sensoriais provenientes dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo. É o sintoma mais habitual da terceira idade.
A tontura afeta a qualidade de vida do idoso, por limitar certos movimentos da cabeça e do corpo, comprometer suas atividades profissionais, domésticas e de lazer. O idoso perde sua autonimia, sente-se dependente, com medo, ansiedade e isolamento.
A qualidade de vida nesses pacientes é muito prejudicada, e por isso o atendimento e tratamento com médico otorrino é fundamental. Ninguém deve se resignar a sentir tontura, isso não é normal e deve ser tratado.

FONTE: Brazilian Journal of Otorhinolaryngology 76 (6) Novembro/Dezembro 2010